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‘Guru’ ensina como cuidar do seu rico dinheirinho

Mestre em administração finanças pela USP, formado em administração pública pela FGV, com especialização em finanças pela Universidade de Nova York e Fundação Instituto de Administração, Gustavo Cerbasi é referência na área de finanças pessoais. Tem 14 livros publicados, cujas vendas ultrapassam dois milhões de exemplares. Entre os principais títulos estão “Casais Inteligentes Enriquecem Juntos, “Como organizar sua vida financeira”, “Investimentos Inteligentes”, “Mais Tempo, Mais Dinheiro” e “Adeus, Aposentadoria”. É palestrante e coach financeiro e considerado pela Revista Época um dos 100 brasileiros mais influentes. Seu curso on-line Inteligência Financeira está entre os mais bem sucedidos. Acompanhe aqui os principais trechos da entrevista exclusiva para a Bella Mooca.

Qual o segredo de um bom planejamento financeiro?
R – O segredo está em buscar sempre o equilíbrio e estudar o assunto com frequência. Quando falo de equilíbrio, refiro-me a deixar claro que ninguém irá prosperar apenas cortando gastos. É fundamental adotar um estilo de vida que priorize o que é realmente importante na vida. É um erro grave adotar um estilo de vida (incluindo gastos com a casa, o transporte, a escola dos filhos e o vestuário) com base na renda mensal que temos. Ao colocar os gastos como a primeira escolha, investimentos e gastos acessórios com lazer e qualidade de vida passam a serem apenas hipóteses remotas.

Então, qual a melhor atitude?
R – A atitude correta é inverter a ordem das escolhas: da renda, devemos separar quanto queremos investir para realizar nossos grandes sonhos na vida. Isso significa cuidar do futuro. Do que sobrar, devemos retirar uma verba consciente para lazer e qualidade de vida. Isso significa cuidar do presente. É com o que sobra, devemos decidir em qual casa iremos morar, qual roupa iremos vestir, de que forma iremos nos transportar para o trabalho. Na prática, o grande segredo para uma vida mais rica é adotar uma vida mais simples.

O que isso significa?
R – Simples quando se trata das grandes escolhas, mas rica em liberdade para fazer mais cursos, desenvolver-se melhor, desfrutar de mais experiências e evoluir como ser humano. Parece difícil, mas não é. A questão é de se munir de conhecimento e das ferramentas certas para isso. Eu tenho um curso on-line que já capacitou mais de 11 mil famílias a seguirem essa estratégia com sucesso, o que comprova que é um caminho viável. Precisa apenas ser conhecido por mais pessoas.

Como evitar as armadilhas nesse caminho?
R – As principais armadilhas normalmente decorrem da falta de informação. Minha proposta aqui envolve um convite para mudar hábitos e sempre que fazemos algo novo estamos avançando na zona do desconhecido, mais suscetíveis a erros. Por exemplo, quem nunca investiu em ações e se entusiasma a aproveitar essa oportunidade, não está acostumado a receber informações sobre o assunto. Ao se cadastrar em sites ligados ao tema, começa a receber publicidade de empresas sérias e também spams com muitas armadilhas. Isso aumenta o risco de a pessoa direcionar seu dinheiro para uma pirâmide financeira ou para serviços pouco confiáveis. O mesmo risco acontece em serviços de crédito e em compras pela internet, por exemplo.

Qual o melhor caminho então?
R – Estudar e conversar muito sobre o assunto. Procure fontes confiáveis, siga canais no Youtube que têm um público sólido, profissionais com mais experiência, leia livros sobre o tema. No meu site www.gustavocerbasi.com.br você pode ter uma referência do meu currículo e das minhas redes sociais, por exemplo. Para quem não consegue se dedicar a estudos e pesquisas na internet, uma boa solução é conversar com amigos e parentes para aproveitarem as oportunidades que você encontra.
Como começar a investir do zero?
R – A regra básica é começar. Avance à medida que compreender o passo a ser dado – não devemos investir naquilo que não conhecemos. Geralmente, ao abrir conta em bancos de investimentos e corretoras, somos convidados a seguir um passo a passo para começar a investir. Seguir fielmente esse passo a passo é um bom começo. Mas não será suficiente, pois o ideal é montar uma estratégia própria, que considere quanto e onde investir, por quanto tempo e como será usado o resultado do investimento. Os melhores investimentos serão aqueles que atenderão perfeitamente às necessidades de seu plano. Eu ensino a montar essa estratégia e ter uma carteira segura de investimentos em meu livro “Investimentos Inteligentes”, da Editora Sextante.

Qual a melhor forma de guardar dinheiro?
R – Investir é multiplicar seu dinheiro de forma eficiente, rentável e mais segura possível dentro de seu conhecimento sobre o tema. Há um consenso de que a tradicional caderneta de poupança já não é mais considerada investimento, pois existem outras modalidades mais seguras que rendem significativamente mais do que a poupança. A primeira opção é investir no programa Tesouro Direto, que permite investimentos da ordem de R$ 50 por mês e sempre rende mais do que a poupança – para isso, é preciso abrir conta em corretora ou banco de investimentos. Quem pode investir mais, a partir de R$ 500, terá rendimentos bem melhores em fundos de renda fixa e fundos multimercado.

O senhor recomenda tirar dinheiro da poupança e investir na Bolsa?
R – Não recomendo. Quem ainda investe na poupança seguramente conhece pouco sobre investimentos. Eu recomendo dividir a estratégia de investimento em três etapas. A primeira delas é formar a reserva de emergências. Trata-se de uma reserva equivalente a três ou quatro meses dos gastos com consumo da família, investidos de forma segura e com liquidez (de resgate imediato). A melhor opção para a reserva de emergências são os já citados Fundos DI com taxas de administração baixas ou nulas (nunca superiores a 0,5% ao ano). Somente depois de formada a reserva de emergências é que devemos começar a segunda etapa, que é garantir uma renda futura, através de depósitos mensais em um produto de investimentos adequado para isso. Para quem está começando, o produto ideal é um fundo de previdência (também de banco de investimentos ou corretora, pois são mais eficientes), e de preferência com um percentual investido em ações (pelo menos 15% do saldo do fundo). A terceira etapa é para quem já completou as duas anteriores, ou seja, para quem já tem reserva de emergências e consegue poupar regularmente para o futuro, e mesmo assim ainda consegue investir mais. Para esse investidor, o convite é investir em ações, imóveis, negócio próprio e outros ativos de risco. Em outras palavras, devemos assumir investimentos de risco somente depois de garantir uma boa segurança para nosso presente e para nosso futuro.

O cartão de crédito é um vilão para quem deseja guardar dinheiro?
R – O cartão de crédito é o maior vilão de quem não possui inteligência financeira e o maior aliado de quem sabe lidar bem com o dinheiro. Quem não organiza bem suas finanças tem no cartão de crédito uma grande ameaça, pois essa é a modalidade de crédito mais acessível e também mais cara do mercado. É muito fácil perder o controle e arruinar a vida. Porém, o cartão de crédito tem grande vantagem para quem sabe lidar bem com ele. Concentra todos os pagamentos em uma só data, oferece programas de bonificações e cashback que podem render ótimos descontos e proporcionam a segurança de não precisar sacar dinheiro e carregá-lo na carteira. Sabendo usar, o ideal é fazer 100% dos pagamentos no cartão de crédito.

O senhor recomenda usar planilhas para controlar as entradas e saídas de dinheiro?
R – Sim, é o melhor instrumento financeiro para abandonar maus hábitos. Ao listar nossos gastos mensais e estudá-los ao longo dos meses, rapidamente percebemos a desvantagem de comprar a prazo (tira nossa liberdade de escolha futura) e de assumir assinaturas que são pouco usadas. Em meu curso on-line, ofereço a planilha de orçamento doméstico ainda no módulo gratuito de apresentação, chamado de Masterclass Inteligência Financeira. Mais de 1,2 milhão de pessoas já baixaram essa planilha e a utilizam regularmente, por isso temos uma boa base estatística para tirar conclusões. As primeiras mudanças de hábito de quem começa a utilizar uma planilha de orçamento doméstico são reduzir as compras a prazo e cortar assinaturas e pacotes de pouco uso. A economia é imediata. Para quem tiver interesse em baixar minha planilha, recomendo inscrever seu e-mail no site cerbasi.site/direct. No início de março, teremos mais um Masterclass gratuito.

Por último, fale sobre a Mooca?
R – A Mooca é o bairro que minha família chegou em 1975 (eu tinha 1 ano de idade) e vivi até meus 28 anos. Fui atleta da natação do Juventus, fiz na Mooca todas as minhas boas amizades que duram até hoje. Vi o bairro crescer e conquistar atrações que antes íamos buscar fora dele, como restaurantes, danceterias e bons bares. Hoje, moro na Aclimação. A Mooca é um dos meus destinos favoritos nos fins de semana. Qual outro bairro oferece tamanha variedade gastronômica com esse incrível clima de cidade do interior? Amo a Mooca de coração!

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