“Meu Natal inesquecível”
Ângelo Agarelli e a professora de pintura Norma Gonçalves contam histórias de infância. Merece destaque também a decoração da Rua da Mooca e símbolos da tradicional festa que une crenças e pessoas de todas as idades para comemorar o nascimento de Jesus Cristo e a união da família
“Meu carrinho”
“Eu tinha cinco ou seis anos e, na véspera de Natal, a família preparava as comemorações, quando ouvi um barulho estranho no andar de cima do sobrado em que eu morava na Rua Domingos de Oliveira. Tentei subir para ver o que tinha acontecido, mas meus irmãos mais velhos me impediram e eu não entendi a razão. Quando o relógio da sala deu as doze badaladas fui, finalmente, liberado para subir pois, segundo eles, teriam ouvido o sino do Papai Noel.
“Ao chegar no andar de cima lá estava ele, não o Papai Noel que já havia partido para outras casas, mas um carro movido a pedal que há tempos eu ambicionava. Imediatamente entrei no “veículo” e comecei a movimentá-lo. Foi quando percebi que o barulho que eu tinha ouvido anteriormente era o mesmo que ouvia agora, o que me fez suspeitar que o belíssimo presente já estava lá há algum tempo, abalando minha crença no bom velhinho”.
Depoimento de Ângelo Agarelli,
do portal da Mooca.
“Ganhei um guarda-chuva”
“Eu tinha sete anos. Morava na cidade de Barretos, interior de São Paulo, com meus pais e minha irmã. Nossa família era muito humilde. Na noite de Natal, a gente escolheu a melhor roupa e fomos passear no centro da cidade. Lá tinha uma loja chamada Tedesco. Acho que era a única loja de brinquedos daquela época na cidade. Ficava tão encantada com tudo que via que nem percebia que meu pai comprava os presentes que depois iríamos ganhar do Papai Noel. Uma vez, ganhei uma boneca de pano com a cabeça e os pés de louça. Mas eu gostava mais de livros de histórias como da “Branca de Neve e os Sete Anões” e “A Lâmpada do Aladim”. Uma vez, ganhei um guarda-chuva. Chorei muito porque eu queria livros de histórias”.
Depoimento da professora de pintura Norma Gonçalves.